quarta-feira, 20 de abril de 2011

O PESADELO CEARENSE


A alegria que tomou conta da Caravana da Democracia nesses últimos encontros foi interrompida por mais um ato ilegal, violento e autoritário da Executiva Nacional.  Passamos por cinco estados, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Minas Gerais e a pauta desses encontros foi uma só: Democracia no PV. De maneira muito respeitosa, preservando nossa instituição, nossa história e nossos valores, todas as falas e entrevistas sinalizavam a procura de um acordo interno para equacionar nossa crise.

No entanto, ontem, quando estávamos em Belo Horizonte, em um grande encontro, fomos informados sobre o desligamento do conselheiro nacional Paulo Sombra da Direção Estadual do Ceará. Ele foi o responsável pelo belíssimo encontro do movimento Transição Democrática em Fortaleza, sábado, dia 16 de abril, junto com nosso candidato ao Senado Pólo e nosso vereador Eron.
Surpreendentemente, na segunda-feira, 18 de abril, foi protocolada no TRE do Ceará uma nominata da direção estadual sem o nome de Paulo Sombra, mudança não aprovada em reunião da Executiva Nacional, como estabelece nosso estatuto.

Fato semelhante aconteceu no Mato Grosso do Sul, onde nossos dois apoiadores Luis Fernando Fontanillas e Geraldo Teixeira de Almeida, foram retirados da Executiva Estadual sem que essa mudança fosse aprovada na reunião da Executiva Naciona.
É muito triste que isso ocorra justamente nesse momento, quando estávamos repletos de esperança, pois na semana passada as duas posições em debate no PV finalmente dialogaram.  A meu ver, a Nacional tinha apresentado uma proposta que merecia reparos, mas que julgávamos um considerável avanço e uma disposição para o entendimento. Penso que estávamos à beira de encontrar uma saída de convivência das teses em debate no PV, porém, a pergunta que fica é:  como fazer debate sobre democracia, com a continuidade dos atos autoritários?  Estamos pleiteando ampliação do processo democrático e nem as regras vigentes (direção nacional que delibera sobre as estaduais) são respeitadas!
Nós perdemos a votação no tocante à renovação do mandato da nacional, que por 29 votos a 16 aprovou que a Convenção Nacional deveria ser feita em ATÉ um ano. Assim,  nosso movimento começou a rodar o Brasil para tentar convencer os filiados, dirigentes, parlamentares e prefeitos, que este processo até poderia ocorrer mais cedo para que pudéssemos preparar o PV para as eleições de 2012.
Nós respeitamos a decisão da Executiva Nacional.  O que queremos é definir a data da Convenção, uma vez que o definido foi que seria em até um ano e neste caso pode ser no mês que vem ou em março de 2012.
Acreditamos que é necessário agilizar os processos pois queremos que o PV chegue mais forte em 2014 nas eleições presidenciais, mas para isso é preciso incorporar os ganhos das eleições de 2010, ou seja 20 milhões de pessoas acreditaram na nova forma de fazer política que tanto defendemos. E só seremos esta força se demonstrarmos que essa “nova forma” já existe aqui.  O primeiro passo é a democracia interna, legitimando que cada filiado deve ter direito a escolher suas direções. É preciso deixarmos de ser provisórios e disputarmos eleições em todas as grandes cidades do Brasil.  Em síntese, temos que ser protagonistas no processo eleitoral de 2012, e é só por isso que queremos as mudanças estatutárias até julho de 2011, pois seguramente se isto não acontecer, muitos que desejariam vir para o PV acabarão desistindo por não aceitarem ser tutelados.
Cabe ressaltar que o encontro no Ceará foi muito bonito.  Marina elogiou nosso Presidente Estadual, Marcelo Silva, reconheceu sua luta histórica na construção do PV cearense e nenhum de nós falou uma palavra sequer contra a atual direção nacional.  Pelo contrário, elogiamos os esforços que nos trouxeram até aqui, basta ler todas as entrevistas que foram concedidas.  Aliás,  este tem sido o comportamento dos verdes em todos os estados por onde passa a Caravana da Democracia.
 Marcelo Silva foi convidado para o encontro e chamado a presidir a mesa do seminário, tendo inclusive confirmado presença.  Por estas razões, não entendemos o ato de força retirando nosso Conselheiro Nacional Paulo Sombra da direção do Ceará. Não houve nenhuma reunião da Executiva Estadual que deliberou sobre este fato e, como se não bastasse,  nem a Direção Nacional foi consultada para tal feito. Na nossa última reunião de Executiva Nacional, depois de cinco meses sem se reunir, a única coisa debatida foi a prorrogação do mandato da Nacional. Nenhum estado foi discutido ou deliberado, tanto é que muitos ficaram sem renomeação durante um período. Nessas condições, qualquer mudança nas direções estaduais só pode acontecer a partir da próxima reunião da Executiva Nacional. O estatuto permite apenas a manutenção da Comissão Estadual, respeitada a composição que já vinha operando. Foi o que ocorreu com São Paulo e muitos outros estados. Portanto, qualquer alteração em executivas estaduais é um ato ilegal, pois não passou pelo crivo da Direção Nacional, onde até poderíamos perder no voto, mas pelo menos teríamos garantido o direito de ser minoria.
Persistindo essa situação, só nos restará entrar na Justiça para que prevaleça o que estabelece nosso Estatuto.
Nossa Caravana da Democracia continua.  Na próxima segunda estaremos em Brasília, depois Recife e Porto Alegre e Rio de Janeiro  fazendo o debate não o embate, respeitando nossos companheiros que suaram a camisa para chegar onde chegamos, afinal de contas, só queremos uma coisa: o Partido Verde forte para as eleições de 2014.
Temos o melhor projeto e desejamos eleger a Presidente da República. Penso ser este o desejo de todos os filiados do Brasil.  Não queremos brigar pelo poder interno, só julgamos que nosso estatuto está ultrapassado e, para entrarmos nesse novo momento da história,  precisamos definitivamente construir um Partido em que cada filiado tenha direito de votar e ser votado. Esta é a razão máxima de nosso Movimento.

Um comentário:

  1. As instâncias partidárias não podem simplesmente "ignorar" nossa construção partidária que sempre se pautou pela lisura e luta pela consolidação do Partido Verde.

    O Partido Verde nos interessa do jeito que o PV sempre foi: democrático, transparente, sério. Em Araçatuba há muito repudiamos políticas perversas que são decididas com frieza burocrática.
    Democracia já!

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